RELÍQUIAS (soneto brasileiro)

Homenagem ao Calenda:

Pensei exclusivo sonho dos deuses da terra

na montanha as peças do adorno-morfose.

Mostras do tempo que abre panos da apoteóse

de evos ultramodernos e engalana a serra.

Maquiagem nativa da clã agreste e olores;

ardil da simplicidade; candor de jóia,

como se fora o flutuar da clarabóia

com verdes cortinas e luzes e flores.

Intelectuais e turistas e casais amantes

descortinam aos olhos novos horizontes

na margem do rio um bar: divina raridez.

No jardim mística roda mó; seu lago;

canta o monjolo amores; há o lufar do afago,

e a alma voa leve entre o sonho e a lucidez.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 06/11/2009
Código do texto: T1907839
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