RELÍQUIAS (soneto brasileiro)
Homenagem ao Calenda:
Pensei exclusivo sonho dos deuses da terra
na montanha as peças do adorno-morfose.
Mostras do tempo que abre panos da apoteóse
de evos ultramodernos e engalana a serra.
Maquiagem nativa da clã agreste e olores;
ardil da simplicidade; candor de jóia,
como se fora o flutuar da clarabóia
com verdes cortinas e luzes e flores.
Intelectuais e turistas e casais amantes
descortinam aos olhos novos horizontes
na margem do rio um bar: divina raridez.
No jardim mística roda mó; seu lago;
canta o monjolo amores; há o lufar do afago,
e a alma voa leve entre o sonho e a lucidez.