VISAO

VISÃO

Trilha, às escuras, uma multidão,

O caminho espinhoso da pobreza,

Pelo qual leva no estômago, acesa,

A dor da ausência do acesso ao pão.

Ela vai nessa caminhada, então,

Para o túnel escuro da incerteza,

Onde, cega e faminta, fácil presa,

Cai na rede comum da exploração.

E pela extensa estrada da indigência

Carrega a cruz maldita da má sorte

De haver nascido na fileira pobre.

Assim, vivendo sempre na carência,

Muito distante de qualquer aporte,

Aporta na morte e não se descobre.