NOTURNO


Um piano me vem na voz do vento,
ou no marulho manso do oceano.
Um piano em nostálgico lamento,
nostálgico lamento de um piano!

Penso ser um noturno. O toque lento
trauteando tristezas, mano a mano,
um piano pausado no andamento,
em tátil recital chopiniano.

Meu coração contenta-se, simbólico,
em ser piano em toque diuturno
etéreo, simples, mágico, bucólico.

Mas minh’alma o entende taciturno,
marejando no vento melancólico
a tocata tristonha de um noturno...

Odir, de passagem
oklima
Enviado por oklima em 05/11/2009
Código do texto: T1907433
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