NOTURNO
Um piano me vem na voz do vento,
ou no marulho manso do oceano.
Um piano em nostálgico lamento,
nostálgico lamento de um piano!
Penso ser um noturno. O toque lento
trauteando tristezas, mano a mano,
um piano pausado no andamento,
em tátil recital chopiniano.
Meu coração contenta-se, simbólico,
em ser piano em toque diuturno
etéreo, simples, mágico, bucólico.
Mas minh’alma o entende taciturno,
marejando no vento melancólico
a tocata tristonha de um noturno...
Odir, de passagem
Um piano me vem na voz do vento,
ou no marulho manso do oceano.
Um piano em nostálgico lamento,
nostálgico lamento de um piano!
Penso ser um noturno. O toque lento
trauteando tristezas, mano a mano,
um piano pausado no andamento,
em tátil recital chopiniano.
Meu coração contenta-se, simbólico,
em ser piano em toque diuturno
etéreo, simples, mágico, bucólico.
Mas minh’alma o entende taciturno,
marejando no vento melancólico
a tocata tristonha de um noturno...
Odir, de passagem