Sortilégio
O valente acha bom muita pancada
Quer fazer a vingança render frutos
Pois que são todos falsos, mui astutos
Que exploram e matam na debandada
Mas esquecem a ação civilizada
Boas regras, trabalho e seu produto,
Perdição, toscas danças, muito luto,
Ignorância farta e enrolada.
Eis que o filho do bruto privilégio
Real sócio rico do estrangeiro,
Verte sangue de outrem que não mais herda,
Diz ser justo morrer, um sortilégio,
Mas seu sangue preserva, vil herdeiro,
Pois seu sangue não vasa, e cheira a perda.