MONTEIRO LOBATO [CXXXII]

Vou pinçar-lhe palavras, mas de leve:

um trilhão de sonetos, num relato,

ainda não traçavam de Lobato

seu perfil de escritor, e por mais breve.

O pai leitor, às vezes, grande ingrato,

para o filho não diz quem se ler deve

e compra-lhe papéis, livrões de neve,

“mais vendidos”, um baita desacato.

Ter Monteiro Lobato, nas estantes,

devia ser tarefa das mais nobres,

mas só os estrangeiros galgam posto.

Lobato não fez arte para infantes:

fez livros para adultos, ricos, pobres

e crianças e idosos de bom gosto.

Fort., 4/11/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 04/11/2009
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