Exílio
Em versos tácitos verti meu coração
Rendi-me indolente à longa espera
Velando o enredo triste desta paixão
Devaneio insensato, uma vã quimera
A fustigar as noites, a solapar os dias
Convertendo o riso em denso pranto
Revelando ao corpo o que na alma ia
A rasgar-lhe as vestes, a despir-lhe o manto
Desnudando sonhos, calando segredos
Que até então em mim tão escondidos
Arrastando a existência em vão degredo
Mentindo ao amor num coração contido.
E ao findar deste indelével sonho
Somente o pranto ao seu fim oponho