EVOLUÇÃO – soneto brasileiro

(primeiro seminário de artes em Chapecó – l20998)

Eis o homem só, padecendo, sem plateia

e muito a dizer, de si meditabundo.

Passa outro homem ainda, quiçá oriundo

da sede do saber, sedento de ideias.

Outros empós virão e muitos mais, do mundo,

ao atro assento do chão, sua arquibancada;

do sabor da palavra, do tudo e do nada

se enxovalharam em silêncio profundo

e era ele o artista implodido em seu aroma;

essa implosão que só a palavra dele doma

e ele a emite com voz ardida, profético.

Lança-a na terra nua onde o primevo assento;

onde, ávido, o homem bebe este momento

de arte, do ego ao belo, seu estro poético.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 04/11/2009
Reeditado em 07/11/2009
Código do texto: T1904110
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