EVOLUÇÃO – soneto brasileiro
(primeiro seminário de artes em Chapecó – l20998)
Eis o homem só, padecendo, sem plateia
e muito a dizer, de si meditabundo.
Passa outro homem ainda, quiçá oriundo
da sede do saber, sedento de ideias.
Outros empós virão e muitos mais, do mundo,
ao atro assento do chão, sua arquibancada;
do sabor da palavra, do tudo e do nada
se enxovalharam em silêncio profundo
e era ele o artista implodido em seu aroma;
essa implosão que só a palavra dele doma
e ele a emite com voz ardida, profético.
Lança-a na terra nua onde o primevo assento;
onde, ávido, o homem bebe este momento
de arte, do ego ao belo, seu estro poético.