Soneto a um lamento.
Nalguma primavera te perdi,
No intenso colorido não avistei,
O amor, que nos meus dias, de hoje, eu sei,
Mostraria o que outrora não entendi.
Ofuscada pelo sol de um sentimento,
Esses olhos, que ora, a chuva, é quem afaga,
E onde só sua imagem não se apaga,
Só viu sombras, e juntou-se ao lamento.
Quando dantes, teus carinhos, me aninhavam,
Exalando em mim o aroma da paixão
Como fosse eu, da estação, mais rara flor.
Não haveria, de aportar-se em mim a dor,
Nem tampouco, se atrever à solidão,
A morar onde meus braços te abrigavam.