Soneto Inconsolável
Abres a minha porta como se fosse dono.
Comes o meu pão e destrói o meu abrigo.
Roubas minha estima, meu único adorno,
Para que eu não possa mais ter um ombro amigo.
Constróis os caminhos de rato em minha consciência
Arranca-me minha raiz e não me deixas respirar
Julga-me, explora-me, aniquila-me e assim será!
Apenas tape a minha boca e me deixe implorar.
Fazes o meu caminho parecer um perpétuo sofrimento.
Fazes-me escarrar pelas lágrimas que por ti, eu engulo
E faz o resto da minha esperança ser um sentimento nulo.
E do altar eu te perdôo como se eu fosse um Messias.
Passo-te a utopia de reencontrar um rumo inacabável
E nunca mais te verei, depressão inconsolável!