A SERTANEJA E A CHUVA
Nesse encabruado dia a chuva cai,
Batem as gotas no chão, outras nas poças,
Ulula o vento na fresta, e a triste moça
Coça os mamilos sob a blusa, e sai...
Talvez vai amargar o seu doce encanto:
Hoje o amor não vem neste rincão.
Quem ama nesta hora sente o pranto
Molhar de dor o afoito coração.
Lá fora o rio transborda, a ponte encobre.
As águas avermelhadas na torrente
Serpenteiam morro abaixo como cobras...
Com o olhar triste tudo vê Ana Vicente.
Já não sabe o que fazer, qual a manobra
Para saciar o seu desejo ardente.