Soneto das Sombras
Mãos cansadas que escrevem a fio
Espaços preenchidos tendem ao vazio
Temor de hoje, receio de amanhã
E pensar que um dia fui sã
Monstros de minha própria criação
Olhares que remetem a perdição
Anestesiada pelo medo
Que pende ao desespero
Sombras que imergem do escuro
Ruídos de algum rio impuro
Certezas, por trás de grades
Fatos que estremecem vaidades
Lentamente adormeço, sentindo calafrio
Devagar, como num suave rodopio