DESENCONTROS

DESENCONTROS

Do sininho da saudade bate o guiso

a ânsia do “não sei quê” em mim desponta.

Sinto que algo falta; uma amiga que apronta?

pigmento n’alma, talvez; dor? Quiçá um aviso.

Ao telefone a saudade, na outra ponta

a nota inda não musicada do sorriso,

feminino, amigo, meigo; o paraíso,

no timbre da voz nua, sem afronta.

Veste-se da aura sacra o corpo que vibra;

minha alma num fio de emoção se equilibra

quando o olhar da mente vê um rosto n’outro lado.

Mas neste rosto há somente a alma da artista

que não faz da saudade ignóbil conquista,

senão do calor humano seu anjo alado.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 28/10/2009
Código do texto: T1891376
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