DESENCONTROS
DESENCONTROS
Do sininho da saudade bate o guiso
a ânsia do “não sei quê” em mim desponta.
Sinto que algo falta; uma amiga que apronta?
pigmento n’alma, talvez; dor? Quiçá um aviso.
Ao telefone a saudade, na outra ponta
a nota inda não musicada do sorriso,
feminino, amigo, meigo; o paraíso,
no timbre da voz nua, sem afronta.
Veste-se da aura sacra o corpo que vibra;
minha alma num fio de emoção se equilibra
quando o olhar da mente vê um rosto n’outro lado.
Mas neste rosto há somente a alma da artista
que não faz da saudade ignóbil conquista,
senão do calor humano seu anjo alado.