AO DEUS SNETO (homenagem ao soneto)

AO DEUS SONETO

Não adeus, soneto. Não morreu, dorme lento.

Moderno canto deitou-lhe vinho na taça.

Só adormecida está sua cadência e graça

e como o pêndulo, faz a dança do tempo.

Imortal e insolente como a desgraça

traz no arcaísmo da rima seu pigmento.

A clássica metáfora em movimento

é a seda que o veste; a fada que o abraça.

Bradai hoje exultantes, oh! deuses arcaicos

a par da moderna voz, guindai os mosaicos

do peso e da forma e do estilo do amor.

Com o aroma do canto da lira obsoleta

lance âncoras a nau nos portos do poeta

que tange as musas de lírico sabor.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 27/10/2009
Código do texto: T1889351
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