O ÚLTIMO BEIJO



A paz paira no peito pouco arfante,
a face ofusca a forma de ser flor.
As horas param. Permanece o instante
do corpo crucial, quase sem cor.

Suspira a boca o hálito ofegante,
os olhos choram lágrimas de dor,
a vida envida esforços, o bastante
para ser vida até o sol se por.

Boca tremente, lábios de oração,
um frágil corpo contra um corpo forte,
mãos que transmitem fé à fria mão.

O instante final. Da vida o corte!
O corpo forte em preces de perdão,
os lábios rubros a beijar a morte!



Odir, de passagem.
oklima
Enviado por oklima em 26/10/2009
Código do texto: T1888924
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