Penseroso II
Certa vez, chamaram-me Penseroso
Caiu-me bem no momento aquele nome
Não lembro bem quem foi o desditoso
Que com tal alcunha presenteou-me
Quando infante me fiz amargo e pesaroso
Agora mancebo, tornei-me infame
O que vejo no espelho é monstruoso
Só sinto dor, amargura e fome
Questionei-me certa vez qual o motivo
De eu não ter a convicção de um suicida
E assim continuar desafortunadamente vivo
Concluo que mereço o que passo nesta vida
E deste fado devo permanecer cativo
Até que me seja oferecida uma porta de saida