Daniel Cristal Evento MIL SONETOS

TRILOGIA DE SONETOS

SONETO 1

Daniel Cristal (Armando Figueiredo)

Um soneto onde caiba o coração

onde palpite o sangue da esperança

o vermelho do sangue numa dança

um soneto que seja elo de união

Que abrace a pessoa no seu deslumbre

de ser vida a sorrir perpetuamente

pelo amor sentido no presente

uma promessa antiga que se cumpre

Um soneto divino é o que se pede

que seja mal escrito não importa

mas seja o que transpõe a nossa porta

Que seja a alegria que ninguém mede

respeito pelo mundo numa gesta

a eternidade hoje duma festa

SONETO 2

Daniel Cristal

Soneto que bendizes toda a Arte

e que esqueces até o que não presta

mete uma guitarra nesta festa

e verás que a alegria nunca farta

Não falte o amor na mesa grande e lauta

co' a gesta desta festa! A harmonia

não cansa, seja noite seja dia,

a própria harmonia compõe a pauta

À partida ninguém está excluído

mas o saber distingue o sonetista

do aprendiz que não larga o que é triste

Há lugar para tudo o que é querido...

E assim seja, amigos, vida fora

revertendo o amanhã neste agora.

SONETO 3

Daniel Cristal

Abraçai o soneto dum poeta

porque é feito com amor e humanidade...

Abraçai, abraçai e enlaçai-o

porque abraçar nos conduz à linha recta.

(À linha duma alma rumo certo

na oferta do laço em comunhão;

é paixão ofertar o coração

quando a desolação ronda e aperta.)

O sáfico é o mais melodioso

e o mais vulgar em metro heróico é feito

mas também se não for verso perfeito

terá algum sabor a deixar gozo.

Duas quadras dois tercetos custam pouco

- só faz catorze versos quem é louco.

2009

Portugal

http://www.avspe.eti.br/sonetos/ArmandoFigueiredo.htm

http://www.avspe.eti.br/sonetos/indice.htm