Penseroso

Tenho andado a passos curtos, taciturno

Passam-se os dias e as noites e eu incólume

Preso num ponto dum tedioso terror noturno

Vivendo com a languidez de um vaga-lume

Perguntam-me o que me fez tão soturno

Se é algum mal psicológico, não sei o nome

Talvez seja passageiro como um inverno

ou nunca acabe esta dor que me consome

Esta ânsia maldita, esta ausência insaciável

Este querer amar, esta amarga insanidade

Enfraquece-me como uma rachadura irreparável

Ruindo sob o peso de minha sobriedade

Nem mais consigo embriagar-me, é inevitável

Que eventualmente venha perder a sanidade

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 26/10/2009
Código do texto: T1887259
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