Se a vida soubesse pedir perdão

Ele via a vida, e nela vivia todos os dias

Não sabia por que vivia, nem por que persistia

Aviava receitas,e nelas combinava alquimias

E a vida indiferente, que só aos fortes premia

Como se em oficina , ele montava amanhãs

Morriam à noite, seus sonhos das manhãs

Nos sonhos com rainhas, no sono com cunhãs

Dos frutos prometidos, tirava o pecado da maçã

O suor, a labuta, palco de todos seus projetos

Viam erigir, o que não sonhavam, seus sonhos secretos

Sem cores, sem sonoridade, seu mundo quieto

Um útero sem amanhã, ininterrupto, gerou mais um feto

Fez mais um servidor, como se fazendo objeto

Envergonhada a vida, como se cometido um incesto

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 25/10/2009
Reeditado em 25/10/2009
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