Alma Morta
A minh’alma é morta - Cadáver inerme!
Plantada nos destroços do mistério tenebroso,
Amortalhada no túmulo, junto ao verme...
Grasnando dubiedades no silêncio lutuoso!
Canta, alma triste, o teu canto funesto.
Lúgubres são os teus olhos. Atro olhar torvo!
Embalsamada a vil solidão de um resto...
Tragicamente negra como o fúnebre corvo!...
Arcano imortal das disformidades do medo,
Extenuada, cavas teu sepulcro tão cedo,
Para materializar-se ao pó da terra imunda!
Ó, alma trucidada, horrenda e sombria
Vai taciturna e pálida, aos beijos da laje fria,
Morrer na morbidez da atroz cova profunda!
(Escrito em meados de 2004)