RESSURREIÇÃO
Avante! Os mortos ficarão sepultos...
Mas os vivos que sigam, sacudindo
Como o pó da estrada os velhos cultos!
[Antero de Quental]
Meus ossos atirei-os à tumba fria
No solo das esferas sepulcrais,
A carne putrefata tão macia,
Festim pros intestinos verminais...
Da Morte eu danifiquei a fantasia
Imersa pelas várzeas, lodaçais,
Despojo d’alma fétida e sombria
Que vaga nos espaços abissais.
É vulto transitando pelas eras
Do tempo que transcorre pelos dedos,
Os anseios das angústias, das esperas...
A busca contumaz por bom enredo.
A Fênix renascida das crateras,
Das vastas tempestades e do medo.