RESSURREIÇÃO

Avante! Os mortos ficarão sepultos...

Mas os vivos que sigam, sacudindo

Como o pó da estrada os velhos cultos!

[Antero de Quental]

Meus ossos atirei-os à tumba fria

No solo das esferas sepulcrais,

A carne putrefata tão macia,

Festim pros intestinos verminais...

Da Morte eu danifiquei a fantasia

Imersa pelas várzeas, lodaçais,

Despojo d’alma fétida e sombria

Que vaga nos espaços abissais.

É vulto transitando pelas eras

Do tempo que transcorre pelos dedos,

Os anseios das angústias, das esperas...

A busca contumaz por bom enredo.

A Fênix renascida das crateras,

Das vastas tempestades e do medo.

Alessa B
Enviado por Alessa B em 24/10/2009
Reeditado em 25/04/2023
Código do texto: T1885336
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