Poema de Amor - Soneto
Que cada verso que eu declamo agora declare o meu amor.
Num bálsamo a navegar em águas calmas.
E eu, calmo, a declamar versos.
Sem nem pensar e nem pesar em cautela.
Como pode ao desdém levar o homem?
E bem além, muito além elevar a alma?
Como o tal sentimento que se sente
ao se encontrar quem ama?
Bem sei, não sei, nem mesmo sei
Sei tudo, mas me falta o que me cabe.
E assim, sem tê-lo, eu hei de ser.
E assim, às vezes só, hei de viver.
E viver, hei de viver ainda incompleto.
Mas completo um poema de amor.
(Ismael Alves)