Pedido

Eu te vejo perdida em silhueta

Sem vida, paralisada, opaca

Desperdiçando-se em qualquer valeta

Vendo-se como fétida cloaca

E descarta ideias tal qual plástico

Por causa de intempestiva aversão

Na nulidade do teu ente extático

Mantendo-se imersa na depressão

Por que não te soltas como uma pluma

Na brisa suave do entardecer

Ou como bolha num banho de espuma?

Por que não me revelas teu querer

Para que assim nossa paixão se assuma

E a vida seja como tem que ser?