EPITÁFIO EM SONETO

Quando o palco da memória dos meus versos

Despencar-se na ruína pelos tempos...

E os papéis que represento, enfim dispersos,

Forem soprados na poeira pelos ventos...

Haverei de escrever uma última linha

Que traduza a claridade da minha alma;

Uma verdade que eu conheço por ser minha

Mas nem por isso me ilude e me faz calma!

Eis que será interrompido este terceto

E um ponto final haverei de pôr à vida!

(Esta taça de ventura mal sorvida...)

E como último recado de um soneto,

Deixarei impresso em marmóreo jazigo:

“Aqui jaz aquela que foi sem nunca ter sido!”

Goiânia-GO, 22 de outubro de 2009.

SIRLEY VIEIRA ALVES

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

POETISA