Chave torta!
E o verso do soneto, assim, perdeu a meta...
Perdeu o seu fulgor, seu brilho todo, o lume,
O norte seu se foi com a dor de seu poeta,
Pois seu amor partiu, levando seu perfume!
E tanto mal lhe fez, não foi também discreta,
Rasgou os versos seus, que agora, só, resume,
E cata os cacos seus, o verso seu, coleta
Bem antes que, ao léu, no frio tempo escume!
Soneto que ficou com sua chave torta,
Porque bateu bem forte a sua frágil porta,
O seu ingrato amor, razão de sua vida!
E bem triste quedou, com nada mais se importa,
Pois traz intensa dor, sua alma está ferida,
Razão porque ficou, sem força, sem medida!
Edir Pina de Barros
21 de Outubro de 2009: 16:54 horas