Às margens do Paraíba do Sul

Nas tardes, sem tempero, descansava,
enquanto um livro lhe tomava as mãos;
na sombra, a negra debulhava as favas,
dormia, ao lado um gato comilão.

A samambaia, os ramos despencava
(era de metro) a alcançar o chão.
A um canto do terraço havia a clava,
jogada, já sem serventia, então.

Há muito a plantação já se esgotara
e os tempos do café pelas encostas,
não eram mais do que lembranças vagas.

Sem meios de fugir a sua saga,
seguia presa à terra descomposta,
Senhora do sertão e piraquara.



Saiu depressa pra não consentir,       
pois não queria mais continuar,
e caminhou sem rumo pra fugir
de todos, pra esquecer que tinha um lar.

Saiu depressa pra manter o tom,       
pois não queria mais continuar.
Então pensou, tranquilo, tá tão bom       
pois quem já tá na festa é pra bailar.

Ele não olha mesmo para trás,
não quer saber se sinto a sua falta;
apenas quer que tudo tenha fim.

Quando ele para e olha para mim
é que percebo o quanto fui incauta
e tal questão é o que me tira a paz.


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