SONETO AO POETA
O poeta é o termômetro do mundo
Vive mais intensamente a sua dor
Em sua carne, sua doença, seu amor
Ele traz, todo poeta é um moribundo
Retira do mundo o melhor e o pior
E o revela em sua obra e em seu olhar
Se o aborrece, é por muito o amar
Daria a ele o seu sangue e o seu suor
O poeta é um mundo em miniatura
Dentro dele tem o mal e tem o bem
Em cada um, uma incógnita criatura
Mas o poeta sabe mais do que ninguém
O quanto a vida traz pesar e ruptura
Quando leva, do seu mundo, o seu “alguém”