REPRIMAVERA

Há que se aceitar um chão de pedras escondidas

De lascas enegrecidas do tudo que se quebrou,

E buscar pelas estrelas na noite embrutecida

De lua desguarnecida... que em minguante se ofuscou.

Há que se esquecer a tez do corpo acarinhado...

E o aroma exalado da rosa que já murchou!

Das vindouras primaveras, repintar todas as telas

Com as cores guarnecidas da esperança que brotou.

Há que se fitar o céu de pássaros alinhados

Que deslizam encantados com o tudo que restou

Entre as nuvens passageiras...brancas nuvens altaneiras!

A descortinar um sol que jamais se apagou.

Ao amor então rogar que renasça em saciedade

Na plena felicidade de enfeitar qual uma flor.