Tela: Augusto Amaral
Nau perdida
O tempo eu vou singrando, e como nau perdida
em mar demais revolto, em meio a tantas brumas,
buscando mais além, por entre mil espumas,
o que restou de mim, dos sonhos d’uma vida;
do tempo, o denso véu esgarça, nessa lida,
e a ti eu vejo, então, mas logo tu esfumas,
sumindo pelo ar, flutuante como plumas,
e assim revivo a dor, que nunca foi cerzida.
Nas brumas fico ao léu, como se fora nau
sem norte, sem lugar, sem nada e sem ninguém,
e volto a te buscar, refém de meu passado.
Teimando, pelo mar, eu vou buscando vau,
para buscar por ti, na praia e mais além,
mas nada encontro, enfim, nas brumas, só, eu vago.
Nau perdida
O tempo eu vou singrando, e como nau perdida
em mar demais revolto, em meio a tantas brumas,
buscando mais além, por entre mil espumas,
o que restou de mim, dos sonhos d’uma vida;
do tempo, o denso véu esgarça, nessa lida,
e a ti eu vejo, então, mas logo tu esfumas,
sumindo pelo ar, flutuante como plumas,
e assim revivo a dor, que nunca foi cerzida.
Nas brumas fico ao léu, como se fora nau
sem norte, sem lugar, sem nada e sem ninguém,
e volto a te buscar, refém de meu passado.
Teimando, pelo mar, eu vou buscando vau,
para buscar por ti, na praia e mais além,
mas nada encontro, enfim, nas brumas, só, eu vago.