Soneto do abandono da flor
Saudades de quando a minha flor,
Era viva e exalava doce odor.
Sua sede de vida o tempo cessou.
Oh pobre flor que o tempo matou.
Quiçá fosse só o tempo causador,
Tem junto dele a falta de pudor
Do tutor, esse foi quem a 'podrou'.
Oh pobre tutor, em que a dor ficou.
Flor tu és imo e perdeste a cor,
Levaste junto todo esplendor
Que havia nos olhos de teu dono.
Dono que pede a ti o que sobrou,
Daquela vez qu’em verdade amou,
Para que não sofra de abandono.