SOLIDÃO
Solidão, raiz do sol, sorve e queima
Crepitante, caudas cãs da escuridão.
Espuma do magma invisível, fleima,
Fogo frio de faminta laceração.
Solidão, greda que gruda, que grafa
De amarelo brasileiro, o coração.
Tristeza azul no meu céu que geografa
O incerto destino de certa nação.
Solidão, que com tuas letras me compõe,
Com teu barro de nome flamejante,
Assim, a calcular-me como dispõe.
E em mim a solidão escorre e medra,
Lava, dizer que queima é redundante
E um instante n'água, sentimento é pedra.
>>KCOS<<