Posseiro
O seu posseiro abraço, que me enlaça,
e que meu corpo logo invade inteiro,
acende em mim, depressa, tal braseiro,
que tudo em volta vira só fumaça.
Eu olho em torno e fico bem sem graça,
mas desse jeito seu, moleque e arteiro,
não se contenta em ser, de mim, meeiro,
por mais que mil ofertas eu lhe faça.
De tudo toma conta, sem detença,
como se fora, o meu pudor, besteira,
quebrando os nós de minhas vãs correntes.
E vai meu chão lavrando, sem licença,
e vai fincando esteios de aroeira,
a mim cercando com seus beijos quentes.
Cuiabá, 15 de Outubro de 2009.
PURA CHAMA, pág. 40
Sonetos selecionados, pg. 57
O seu posseiro abraço, que me enlaça,
e que meu corpo logo invade inteiro,
acende em mim, depressa, tal braseiro,
que tudo em volta vira só fumaça.
Eu olho em torno e fico bem sem graça,
mas desse jeito seu, moleque e arteiro,
não se contenta em ser, de mim, meeiro,
por mais que mil ofertas eu lhe faça.
De tudo toma conta, sem detença,
como se fora, o meu pudor, besteira,
quebrando os nós de minhas vãs correntes.
E vai meu chão lavrando, sem licença,
e vai fincando esteios de aroeira,
a mim cercando com seus beijos quentes.
Cuiabá, 15 de Outubro de 2009.
PURA CHAMA, pág. 40
Sonetos selecionados, pg. 57