Passagem

- Há remédio para tudo!

Dizia a avó, sonolenta.

Enquanto os anos passavam, sem dor.

Eu, o neto sortudo

Apenas ouvia - sal e pimenta -

Aquele dizer transformador.

Hoje, envelhecido.

Talvez até esquecido

De quem nunca se lembrou

Posso estar sem esperança

Na espera, sem sustança,

Do remédio que a avó tomou.

Bardo Setelagoano
Enviado por Bardo Setelagoano em 14/10/2009
Reeditado em 13/11/2009
Código do texto: T1866474