Carta de amor (I)
Na noite fria meu ser vaga, ao léu, delira,
co'a lancinante dor de te perder, querido,
calou-se a minha voz, a minha pobre lira,
sangra-me a chaga no meu peito, tão ferido;
mas juro, meu amor, por tudo que me inspira
que, mesmo que esta dor esgarçe o meu sentido,
e apague a chama que sustenta minha pira:
eu te amarei bem mais do que já hei sofrido.
Lembrar-te-ei em cada rosa, em cada espinho,
até depois de muito tempo já passado,
porque estás, mesmo distante, imerso em mim.
Eu te amarei, por todo o sempre, com carinho,
e teus serão os meus poemas, meu amado,
que gestarei no ventre desta dor sem fim.
Na noite fria meu ser vaga, ao léu, delira,
co'a lancinante dor de te perder, querido,
calou-se a minha voz, a minha pobre lira,
sangra-me a chaga no meu peito, tão ferido;
mas juro, meu amor, por tudo que me inspira
que, mesmo que esta dor esgarçe o meu sentido,
e apague a chama que sustenta minha pira:
eu te amarei bem mais do que já hei sofrido.
Lembrar-te-ei em cada rosa, em cada espinho,
até depois de muito tempo já passado,
porque estás, mesmo distante, imerso em mim.
Eu te amarei, por todo o sempre, com carinho,
e teus serão os meus poemas, meu amado,
que gestarei no ventre desta dor sem fim.