Solidão
Na noite em que minha alma, a dor desvela,
a lua cor de prata, eu busco, em vão,
nas nuvens densas, sem umbral, janela
no manto de concreta escuridão;
e, frágil feito a chama de uma vela,
eu busco alguma luz em meu porão,
comigo, a minha dor, voraz, duela,
vencida, sem devir, me rendo, então;
suporto, no meu imo, grande chaga,
que a dor, em mim causou, com seu açoite,
e só aumenta o meu sofrer, penar;
prossigo, sem descanso, a minha saga,
levando, dentro, tão infinda noite,
sem lua, sem estrelas, sem luar.
Cuiabá, 14 de Outubro de 2009.
Seivas d'alma, pg. 52
Na noite em que minha alma, a dor desvela,
a lua cor de prata, eu busco, em vão,
nas nuvens densas, sem umbral, janela
no manto de concreta escuridão;
e, frágil feito a chama de uma vela,
eu busco alguma luz em meu porão,
comigo, a minha dor, voraz, duela,
vencida, sem devir, me rendo, então;
suporto, no meu imo, grande chaga,
que a dor, em mim causou, com seu açoite,
e só aumenta o meu sofrer, penar;
prossigo, sem descanso, a minha saga,
levando, dentro, tão infinda noite,
sem lua, sem estrelas, sem luar.
Cuiabá, 14 de Outubro de 2009.
Seivas d'alma, pg. 52