FÚRIA

FÚRIA (Edson Moraes)

I

Tremo ante a fúria dos teus lábios febris

Caçando sequiosos o meu corpo suarento

Para, de todos, ser um só este momento

Ao prazer despudorado de dois entes tão servis

II

É na planície de lençóis, interminável

Na languidez das criaturas que serpeiam

Que o rito da entrega incontrolável

Faz em um só os dois corpos que se enleiam

III

E eu me deixo tragar por esse enredo

Amante mouco, apesar do passaredo

E dos candentes apelos de Morfeu

Nem sinto o sol que em lâmina ardente

Invade o quarto, loquaz, impertinente

A me avisar que acabou – amanheceu!

edson moraes
Enviado por edson moraes em 14/10/2009
Código do texto: T1865463
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