MINHA VIDA


A minha vida, pobre vida minha,
uma colcha composta de retalhos,
alguns destons, alguns concertos falhos,
eu a teci assim, sem entrelinha.

Minha vida caseira, comezinha,
advinda de arranjos e atrapalhos,
porejada de prantos dos orvalhos,
presta-se ao tempo de parar sozinha.

Vivida a duras penas, hoje alcança
as horas de não ser - sombrais arquejos
descorados do verde da esperança.

Meus anseios azuis, rosados beijos,
são espécies extintas da lembrança,
desbotados deslumbres de desejos...

Odir, de passagem

oklima
Enviado por oklima em 13/10/2009
Código do texto: T1864239
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