SARÇA ARDENTE
Meu verso acácia queima-se em sarça
Ardente e me abrasa em desejo.
Em fogo se transforma, se disfarça
E deixa-me somente neste ensejo:
O azul do céu se abriu pro voo da garça
Rasgar as nuvens como um relampejo
Em vendaval na tarde que mormaça
A iludir-me à imagem que eu não vejo.
Vejo no céu a lua cor de sangue
Turvar meu rosto e o pálido sorriso
Em pranto se banhar copiosamente
Pra que de sangue e lágrima se estangue
A derradeira gota. E o paraíso
Eu veja fora desta sarça ardente.
Meu verso acácia queima-se em sarça
Ardente e me abrasa em desejo.
Em fogo se transforma, se disfarça
E deixa-me somente neste ensejo:
O azul do céu se abriu pro voo da garça
Rasgar as nuvens como um relampejo
Em vendaval na tarde que mormaça
A iludir-me à imagem que eu não vejo.
Vejo no céu a lua cor de sangue
Turvar meu rosto e o pálido sorriso
Em pranto se banhar copiosamente
Pra que de sangue e lágrima se estangue
A derradeira gota. E o paraíso
Eu veja fora desta sarça ardente.