SARÇA ARDENTE

Meu verso acácia queima-se em sarça
Ardente e me abrasa em desejo.
Em fogo se transforma, se disfarça
E deixa-me somente neste ensejo:

O azul do céu se abriu pro voo da garça
Rasgar as nuvens como um relampejo
Em vendaval na tarde que mormaça
A iludir-me à imagem que eu não vejo.

Vejo no céu a lua cor de sangue
Turvar meu rosto e o pálido sorriso
Em pranto se banhar copiosamente

Pra que de sangue e lágrima se estangue
A derradeira gota. E o paraíso
Eu veja fora desta sarça ardente
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LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 13/10/2009
Reeditado em 06/11/2013
Código do texto: T1863942
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