CORAÇÃO E MENTE
Em sonhos perpétuos, a alma delirante,
driblo os céus vendo-te em telúrica morada.
Basta isso; não desejo dos fados mais nada
- um anjo áptero, carinhoso e falante.
Carícia tamanha, e a que mais agrada,
é ouvir teu canto doce e inebriante;
descobrir teus valores em pasmo constante
e em êxtase venerar-te, a alma calada!
Mas oh! palerma ingrato, grita o coração,
colocando-se em constante oposto à razão,
e ela, silente, compreende-lhe a maldade.
Tem seus caminhos o órgão dos sentimentos.
Ele é egoísta; enche-se de tormentos,
...e a razão, como eu, envolveu-se co’a saudade.