CORAÇÃO E MENTE

Em sonhos perpétuos, a alma delirante,

driblo os céus vendo-te em telúrica morada.

Basta isso; não desejo dos fados mais nada

- um anjo áptero, carinhoso e falante.

Carícia tamanha, e a que mais agrada,

é ouvir teu canto doce e inebriante;

descobrir teus valores em pasmo constante

e em êxtase venerar-te, a alma calada!

Mas oh! palerma ingrato, grita o coração,

colocando-se em constante oposto à razão,

e ela, silente, compreende-lhe a maldade.

Tem seus caminhos o órgão dos sentimentos.

Ele é egoísta; enche-se de tormentos,

...e a razão, como eu, envolveu-se co’a saudade.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 13/10/2009
Código do texto: T1863235
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