O poeta e a lira

Poeta  que é poeta, bem sozinho tange
A lira...E que, gemendo, um verso logo tira...
Mantendo o fogo frágil dessa etérea pira,
Maneja e risca a folha com seu fino alfanje!
 
Que seu avesso mostra e nunca se constrange,
Que a própria dor escava e então assim delira,
Que sorve o amargo fel de sua própria ira,
Buscando, só, ouvir a dor que dentro plange!
 
Poeta faz do fel um verso belo e denso,
Na sua imensa lavra busca e então inscreve,
Com sangue, o verso no papel vazio e triste!
 
Poeta é aquele que feliz e infenso,
Falar da vida, morte, tudo, enfim, se atreve!
E sem poeta o som da lira não existe...
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/10/2009
Reeditado em 13/10/2009
Código do texto: T1860442
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