Vaidade

Estendo as minhas mãos, mas tu não vês,
o gesto que te diz que estou presente
nas horas mais difíceis  que, mormente,
são bem repletas deste amor cortês...

E fel  somente tens, igual serpente,
estás tão só, em ti, sequer, tu crês,
e assim tu ficas, horas, dias, mês,

deixando que essa dor, em ti, se aumente.

Vaidoso, não permites que te ajude,
preferes  ruminar o orgulho teu,
e finges que não vês as minhas mãos.

Um dia vai romper o teu açude,
mas não verás, então, o rosto meu,
enfim, parti, cansada dos teus nãos.


Edir Pina de Barros

Brasília, 10 de outubro de 2009
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/10/2009
Reeditado em 02/08/2020
Código do texto: T1858582
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