DESCUIDO


Alma vazia, vácuo, que me consome.
Espaço em branco como noite escura.
Do mar somente percebo água pura,
na areia rabisco apenas o teu nome.
 
O ar parece-me tão carregado...
Uma dor negra risca forte o peito.
Nem sei se hoje distingo direito.
Descuidei do que devia ter cuidado.
 
Do meu quarto vejo paredes frias...
Estou sozinha com meus pensamentos.
Percorrem este tempo esfumaçado.
 
Na soneira indelével, tu fugias...
Amor não há, se por merecimentos.
Volto à vida, para acertar o passo.


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Um presentinho poético do genial amigo.

Dos meus passos descuidando,
eu fiquei sem ver ao certo,
se já passei do deserto,
da vida que vou passando.


                         
Oklima


Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 09/10/2009
Reeditado em 12/11/2009
Código do texto: T1856956
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