Caatinga

O monstruoso sol rútilo reaparece soberano,

Clausurado de efêmeras noites de verão.

Infortunado dia mórbido, ébrio e insano...

Clama por chuva viva para o fúnebre sertão.

Mais o rude e inescrupuloso calor imaculado

Transforma em cemitério a robusta vegetação...

O gado é putrefacto e ossuário fossilizado,

Somente o cacto e o verme riem ante a destruição!

O homem torna-se rústico e hipocondríaco...

Mata a sede com as lagrimas lacrimosas,

Que sucumbem das profundezas do coração.

Oh! ser que sobrevive diante desse sol demoníaco

E nos olhos resplandece essas forças voluptuosas!

Em que pântano deleita essa soturna ilusão?

(Uns dos primeiros sonetos que escrevi. Era para um trabalho na escola, início de 2005)