Satyria

Olhei-a uma única vez, e para minha surpresa

Disparou-me o coração, descompassado

Ardeu minha testa como uma vela acesa

Tal o susto que derrubei o vinho ao meu lado

Desviou o olhar, virou-se de indiferença

Aquela mulher de arisca natureza

Procurei em minhas atitudes alguma ofensa

Mas nada vi para motivar tal frieza

Contemplei ao longe, por um instante

O rosto pálido daquela jovem

E seu olhar profundamente inquietante

Hoje, dos desejos que me consomem

Um deles, talvez o mais constante

É saber o que aqueles olhos escondem

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 08/10/2009
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