BORBOLETRAS
Voaram do papel assim, mansamente
Colorindo o céu das mensagens tuas
As minhas verdades que te depus, nuas
Pousaram-te nas mãos, tão docemente
E onde as encontrei, não havia semente
Nem grão de pólen a fecundar o verso
Nem mesmo néctar, que retrocesso
Dessa palavra que se espalha alegremente
Estava escondida na carta que escrevi
Pra te enviar, na hora em que parti
Porém as letras voaram, inesperadamente
E foram se espalhando, colorindo o céu
Despindo o dia, desvendando o véu
Dos meus segredos, dolorosamente...