Mundo distante
Douram-se os cômoros, sais benditos
beirando o mar que banha seus fulgores;
num marulho soturno, um arfar aflito
de uma concha a escutar os desamores.
Lamentam-se na areia, quais proscritos,
desterrados, a viver só de saudade, sonhadores;
e lá da terra mãe ouvem-se os gritos,
choros do mar de Portugal, além de Açores.
Aqui se abrigam no silêncio das palmeiras
e nesse florão da América, céu profundo,
buscam seu fadário, abraçados na bandeira.
Por ela lutarão, seja de sangue tingida,
mas jamais olvidarão, inda tão distante mundo,
do tão belo Portugal; lá é a terra querida.