Eu canto os excluídos
Eu canto quem não tem qualquer guarida,
a calejada mão de quem trabalha,
peões, posseiros, gente desvalida,
que vive sobre o fio de navalha,
eu canto os excluídos desta vida,
aquele que levanta, cai e falha,
que grita por não ter sequer comida,
que tanto luta e sofre por migalha.
Eu canto aquele que, também, não cala,
com tanta garra, enfrenta a vida bruta,
aquele que persiste sempre em pé.
Aquele que o suor, na luta, exala
e que o poder, na vida, não desfruta,
que morre por Maria, João, José.
Cuiabá, 05 de Outubro de 2009.
Livro: CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 15