Plenitude
Edir Pina de Barros

Já não sou mais nascente que, ligeira,

correndo vai, cortando campos, matas,
a borbulhar, formando mil cascatas,
fogosa , transparente, tão faceira;
 
e serras já cortei na minha esteira,
vencendo tantas lutas e bravatas,
e agora minhas águas são pacatas,
com tracajás chocando em suas beiras.
 
As minhas águas são demais serenas,
depois de superar amargas penas,
de lágrimas rolando, a se escumar.
 
Assim é nossa vida, velho rio
que, após lutar, correr anos a fio,
tranquilamente perde-se no  mar.
 
Cuiabá, 5 de Setembro de 2009.

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/10/2009
Reeditado em 18/07/2020
Código do texto: T1849535
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