PODEROSA [CXVII]

Meus olhos tanto viram – hão de ter

teu templo de mulher, como o que és.

De Millus, Pompadour, nem aos teus pés

nenhuma vai ganhar-te no poder.

Poderosa no leme e no convés;

poderosa na vida e no querer;

poderosa que estás a me prender,

desde os olhos de fada, até os pés.

No mais, tu foste eleita a mais amada,

pois te busco da aurora à madrugada

e te anseio, demais, sob uns lençóis.

Teus olhares, petardos, me executam;

mas prefiro teus olhos, que me escutam,

a não tê-los, à tarde, aos arrebóis.

Fort., 04/10/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 04/10/2009
Reeditado em 04/10/2009
Código do texto: T1848187
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