Minhas estações III
É chegado o verão de calor intenso,
Verão de um vestir todo decotado
Pulcro oásis de puro amor suspenso
No requinte de um corpo delicado
Esbaldo-me de prazer feroz imenso,
Doma-me dócil fragor do pecado,
Sentir torpe que deixa-me tão apreenso
Com o queixo caído, olhar sempre escaldado
Num pudico deleite lhe percorro
Milimetricamente teu despido
Corpo tão instigado verte o choro
Púbere e casto sonho tão indomável
E gentil sentimento esculpido
E usado e rasgado como papel...