Amor inocente
Amor inocente
Andarilho Poeta, cúmplice silente
Ouvidor da escrita dos montes
Suplica baixinho; não quero que me contes
Deixe guardado segredo inocente!
Dos ecos, como lâmina fria pungente
Atravessaram-me ânsias das fontes...
Escutei tanto desejo aflito e ardente
Sei, pela vileza aniquilaram-se pontes...
Estou repleto das entranhas do solo ardente
Das profundezas dos mares
Das estrelas antigas...
Povoam-me, inclusive, não nascidos luares
Também lamentos dos lares, disfarçados em cantigas...
Suplico dai-me o justo silêncio e, amarei-te docemente...